quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vereadores de Rio Largo são cercados e presos na Câmara


Vereador Milton Pontes:

Pelo menos sete vereadores de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, foram presos por homens da Força Nacional e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que cercaram a Câmara Municipal na noite desta quinta-feira (17), durante sessão ordinária da Casa. Os mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, a pedido do Gecoc, dão ordem para prender todos os dez vereadores do município, além de comerciantes e empresários. Um engenheiro, identificado como Ozair, também foi preso em Maceió. 
Após denúncia feita em reportagem da TV Pajuçara (clique aqui para assistir à reportagem), o Ministério Público Estadual (MPE) iniciou uma investigação na prefeitura municipal de Rio Largo e na Câmara pela venda irregular de terrenos no município. O promotor de Defesa do Patrimônio Público do MPE, José Carlos Castro, ouviu integrantes do Movimento Contra Corrupção de Rio Largo, que reforçaram as acusações.
O prefeito Toninho Lins (PSB) é acusado de vender, com o aval de todos os vereadores, um terreno de 252 hectares, equivalentes a 2.520.000 m2, avaliado em mais de R$ 21 milhões, para a empresa MSL Empreendimentos Imobiliários por apenas R$ 700 mil, o que confere a cada metro quadrado o valor de R$ 0,27.
Presos e foragidos
Os vereadores presos são: Jefferson Alexandre (PP), Reinaldo Cavalcante (PP), Ionaide Cardoso (PMDB), Aurízio Espiridião da Hora (PP), Cícero Inácio Branco (PMDB), Milton Pontes (PPS) e José Nilton - o Nilton da Farmácia (PSB), que era suplente do vereador Jean Móveis (PRP) e teria assumido o cargo em outubro de 2010. Todos, além do empresário, foram encaminhados ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima, na capital, para realizarem exames de corpo de delito.
Depois, foram encaminhados ao sistema prisional do Estado: homens para a Casa de Custódia de Maceió (Cadeião) e mulheres para o presídio feminino Santa Luzia.
Três vereadores não compareceram à sessão ordinária da Câmara e não foram encontrados pela polícia, sendo considerados foragidos: Luiz Felhipe Malta Buyers, o Lula Leão (PSB), que é presidente da Câmara, Thales Luiz Peixoto Cavalcante, o Thales Diniz (PSB) e Maria das Graças Lins Calheiros (PMDB), que está de licença médica, mas deve se apresentar à polícia ainda nesta noite.
Também estão foragidos um diretor da Usina Utinga Leão e um empresário da MSL Empreendimentos Imobiliários, identificado como Marcelo Lessa, que teria viajado para a Europa na manhã desta quinta-feira (17).
Na manhã desta sexta-feira (18), o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, falará com a imprensa sobre a situação do prefeito Toninho Lins, apontado como líder de um esquema de corrupção no município.
Vereadores negam corrupção
Dentro do IML, advogados acionados às pressas aguardavam para falar com os presos. Um funcionário da Câmara Municipal de Rio Largo também estava no instituto e relatou que os policiais entraram na Casa durante a sessão ordinária e proibiram qualquer pessoa de entrar ou sair do prédio. "Eles não tinham os mandados de prisão na hora, o pessoal chegou depois com os documentos".
Os vereadores Cícero Inácio e Milton Pontes foram os únicos que aceitaram falar com a imprensa. Eles disseram que participaram da votação para a desapropriação do terreno em caráter emergencial, por causa das obras destinadas às vítimas das enchentes de 2010, que devastou o município. "Era uma situação de emergência, cumprimos o nosso papel de vereador naquela situação e não sabíamos de qualquer irregularidade no processo. Se houve algum benefício a Justiça vai provar e punir os culpados", disse Milton Pontes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário