Foto: GILBERTO FARIAS
Por: FÁTIMA ALMEIDA - REPÓRTER
Sentimentos antagônicos, de alegria e revolta, alternavam o clima da mudança de moradores da Favela de Jaraguá para o Residencial Vila dos Pescadores, ontem pela manhã. De um lado, a felicidade e a expectativa das famílias que foram contempladas com a nova moradia; do outro, a decepção de quem, por algum motivo, acabou ficando fora do projeto.Empregada doméstica e marisqueira, Creuza Ferreira dos Santos, 55 anos, não conseguia conter as lágrimas e a ansiedade enquanto esperava a hora de embarcar no caminhão de mudança. Confessa que não dormiu na noite anterior, só pensando na arrumação do apartamento novo. “Estou chorando de alegria. Eu sempre tive esperança, em nome de Jesus, de um dia ter a minha casinha. Agora consegui. E vou continuar junto dos meus vizinhos”, dizia ela, destacando também o fato de que a nova moradia não fica muito distante do serviço dos pescadores e marisqueiras da vila.Aminalda Maria dos Santos também era só felicidade. Vive há 18 anos na favela, onde compra pescado para vender em um ponto perto dali. Ontem, acordou às 5 horas, mas não saiu com o carrinho para vender peixe. Foi arrumar a mudança para a nova moradia. Além do apartamento novo, ela assegurou o direito de manter um ponto de apoio na antiga vila, onde vai dividir espaço com outras três pessoas, para deixar o freezer e o material de trabalho. “Vou com saudade, mas estou muito mais feliz em conseguir ter uma casa de verdade”, dizia ela.
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