José Alfredo Vasco Tenório, 67 anos, era médico
Atualizada às 21h35
O médico José Alfredo Vasco Tenório foi assassinado com um tiro nas costas, na tarde deste sábado (26), enquanto pedalava no Corredor Vera Arruda, no bairro Stella Maris. José Alfredo, de 67 anos, morreu durante um assalto. Segundo a polícia, o crime foi praticado por volta das 16h50 por dois homens que levaram a bicicleta da vítima.
O crime aconteceu perto de um dos extremos do passeio, nas proximidades do Colégio Anchieta. O corpo foi encontrado pela polícia sem nenhum documento de identificação, nem dinheiro. O tiro nas costas transpassou o corpo do médico e saiu pelo peito da vítima. Uma testemunha, que não quis se identificar, afirmou que os assaltantes estavam sentados em um banco, à espera de oportunidade para abordar algum transeunte.
Familiares de José Alfredo reconheceram o corpo no Instituto Médico Legal (IML) de Maceió. O médico era irmão da professora de português Tereza Vasco e cunhado do pró-reitor de Extensão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Eduardo Lyra.
"Ele aparentava ser de classe média-alta e, segundo testemunhas, pedalava no sentido da praia", disse o agente José Maria, da Delegacia de Homicídios, minutos após o crime. Testemunhas afirmam que a vítima sempre pedalava e caminhava pela área do Passeio Vera Arruda.
A polícia ainda não tem pista dos criminosos, que foram vistos fugindo por moradores da região. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas constatou o óbito logo ao chegar ao local. Policiais do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) atenderam à ocorrência e isolaram a área, enquanto aguardavam a chegada do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML) para a retirada do corpo.
No último dia 14 de maio, um empresário de 68 anos foi morto, também com um tiro, no estacionamento do supermercado GBarbosa, localizado na mesma rua que dá acesso ao Corredor Vera Arruda. A polícia acredita em latrocínio - quando se mata para roubar -, mas não descarta outras linhas de investigação. Leia mais.
Área é mal iluminada e sem policiamento, dizem moradores
Morador do bairro há 32 anos, Jailson Oliveira afirma que, desde que foi inaugurado, o Corredor Vera Arruda se tornou local de bandidos e usuários de drogas. "Há muitos assaltos a estudantes da faculdade que funciona no Colégio Anchieta, aqui ao lado, e também nas proximidades do Colégio Contato", conta. "Os assaltos acontecem de dia e de noite. Não tem hora segura nesse lugar", afirma.
O PM Box instalado a uma quadra do Corredor Vera Arruda está desativado. Segundo Jailson, a incidência de crimes na região só aumentou desde que a base foi fechada.
O presidente da Associação Alagoana de Ciclismo, Carlos Alberto Sampaio de Araújo, passava pelo bairro quando soube do crime. Segundo ele, a vítima não fazia parte do grupo, mas costumava ser vista pedalando.
Carlos Alberto afirma que não há policiamento no espaço. "Não há polícia, não há rondas policiais, não há câmeras de segurança. Estou receoso até de voltar para casa agora", afirmou, indignado, o presidente da associação.
Associação de Ciclistas fará protesto no local
A Associação Alagoana de Ciclismo já agendou um protesto para a próxima terça-feira (29), a partir das 19h30, com saída do Corredor Vera Arruda. O grupo convoca a sociedade a fazer uma manifestação pacífica por mais segurança nas ruas de Maceió.
"Vamos cobrar segurança. Não há um policial sequer no Corredor Vera Arruda, um espaço de lazer que foi tomado por criminosos", disse Carlos Alberto. "Isso aqui virou um 'point' de marginais. Se andamos pela ciclovia, somos assaltados; se andamos pelas ruas, somos atropelados. O que fazer agora?", protestou.
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