sexta-feira, 25 de maio de 2012

Secretário de Rio Largo e mais dois são presos por ocultar documentos


Tereza Laranjeiras, presa, não quis falar à imprensa
Atualizada às 18h23
O secretário de Finanças de Rio Largo, Daniel Fernandes, a assessora direta do prefeito Toninho Lins, Tereza Laranjeiras, e seu rimão, Alexandre Laranjeiras, foram presos em flagrante por agentes da Força Nacional na tarde desta sexta-feira (25).
Todos foram acusados de ocultar e dificultar o acesso dos policiais a documentos da prefeitura e da Câmara Municipal, durante a operação que cumpriu mandados de busca e apreensão expedidos pela 17ª Vara da Capital.
Os três foram presos no prédio da Câmara Municipal. Alexandre Laranjeiras foi pego saindo do prédio com documentos oficiais da Casa. O secretário Daniel Fernandes negou a acusação e disse desconhecer a que documentos a polícia se refere. Tereza Laranjeiras não quis falar com a imprensa.
A TV Pajuçara estava no local e registrou tudo. Os três presos não quiseram gravar entrevista.
A operação
Equipes da Força Nacional e da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) foram deslocadas para Rio Largo no início da manhã, para cumprir mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura Municipal, nas Secretarias de Finanças e Obras e na Câmara Municipal. Participaram policiais civis da Seção Especial de Combate a Roubos a Bancos (Serb) da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), junto com agentes da Delegacia Geral de Polícia e da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas da Capital (DRFVC). Os policiais civis foram coordenados pela delegada titular da Serb, Maria Angelita.
Quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, a pedido do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual.
A operação, desencadeada na manhã desta sexta-feira, dá sequência à ação deflagrada no último dia 17, quando seis vereadores e um suplente de vereador de Rio Largo foram presos, durante a sessão ordinária na Câmara de Vereadores. O engenheiro Osair Tavares Silva Júnior e um diretor da Usina Utinga Leão também foram presos no dia 17.
O escritório em Maceió
A segunda – e talvez mais importante – parte da operação desta sexta-feira foi feita em Maceió. Reportagem da TV Pajuçara mostra que os agentes, munidos de mandados de busca e apreensão, estiveram em um escritório, utilizado pela prefeitura de Rio Largo e localizado em um moderno edifício comercial na Av. da Paz, no Centro da capital. Ali foi dado o que é considerado o maior passo na investigação sobre o escândalo de Rio Largo.
Os policiais e o Gecoc acreditam ter encontrado provas suficientes de corrupção. Uma pasta e caixas de isopor cheias de documentos, contratos e processos de licitação foram apreendidos e levados pelos policiais para análise.
Segundo o Gecoc, Alexandre Laranjeiras não tem vínculos diretos com a prefeitura – ele presta "consultoria", segundo disse – mas tinha as chaves do escritório da Av. da Paz.
A reportagem da TV Pajuçara revela que o escritório servia para reuniões de advogados e agentes públicos para legalizar procedimentos fraudulentos da prefeitura.
Licitações viciadas beneficiaram pelo menos quatro grandes empresas que já teriam sido identificadas pelo Gecoc. "O esquema do terreno foi apenas a ponta do iceberg", diz a reportagem da TV. A investigação aponta indícios de licitações manipuladas para aquisição de merenda escolar e locação de veículos para a prefeitura e a Câmara de Vereadores.
Segundo a reportagem da TV Pajuçara, Alexandre Laranjeiras disse à polícia que os documentos foram trazidos de Rio Largo para o escritório da Av. da Paz por determinação do secretário de Finanças, Daniel Fernandes e da secretária especial de Toninho Lins, Tereza Laranjeiras.
Alexandre também admitiu que estava portando uma licitação específica, cujo teor a TV Pajuçara não poderia divulgar.
Daniel Fernandes, assim como Tereza Laranjeiras, não quis dar declarações à imprensa.
O prefeito da cidade, Toninho Lins, teve prisão decretada e se apresentou  na última terça-feira (22) na Academia da Polícia Militar. Ele é acusado de comandar um esquema de venda ilegal de um terreno por um valor 30 vezes menor que o real. A área, que valia R$ 21 milhões, foi desapropriada pelo prefeito por apenas R$ 700 mil e, dias depois, vendida a um grupo privado pelos mesmos R$ 700 mil.

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