domingo, 20 de maio de 2012

Seca suspende festas juninas e encarece milho


Milho está 30% mais caro em Alagoas
A falta de chuvas no Agreste e Sertão de Alagoas, que atinge 33 municípios em situação de emergência, prejudicou a produção de feijão e milho, acarretando queda nas vendas e aumento de preço para o consumidor. Segundo informações da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Seagri), a maioria das regiões atingidas pela seca sequer iniciou o plantio para safra 2012 e não terão produção para abastecer o estado este ano.
O reflexo dos efeitos da seca é sentido principalmente na produção do milho, que caiu vertiginosamente, prejudicando o abastecimento dos mercados. Sem alternativas, os comerciantes alagoanos estão adquirindo o produto no estado de Pernambuco, também castigado pela falta de água, o que eleva ainda mais os preços para os consumidores.
No mercado da produção de Maceió, o preço da mão do milho (composta por 50 unidades) varia de R$ 25 a R$ 30, o que corresponde a um aumento de cerca de 30% em relação ao valor comercializado no mesmo período do ano passado. Segundo os vendedores, a tendência é que o preço aumento ainda mais com a chegada do São João.
“Estamos comprando o milho em Pernambuco a um preço muito alto devido ao custo do transporte, por isso fomos obrigados a aumentar o preço. Já estamos fazendo o possível para tentar atrair os clientes, mas se as coisas continuarem como estão, no período do São João, o preço vai aumentar ainda mais”, disse o vendedor Gerson Marques.
O aumento do preço dos produtos agrícolas destinados à alimentação é uma das principais preocupações das prefeituras dos municipíos em situação de emergência. Diante disso, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) solicitou ao governo do estado cestas básicas para distribuir a cerca de 401 mil pessoas que estão sendo afetadas pelo período da estiagem.
Sem festejos juninos
Vivendo situação difícil, diversos municípios já estão cogitando a suspensão dos festejos de São João. “A situação é preocupante, a população está sofrendo demais devido à ausência de chuvas, não temos clima para uma festa junina” disse Roservaldo Pereira, secretário de agricultura de Jaramataia.
Em Craíbas a situação é a mesma. "Temos sementes, mas não podemos plantar, pois a terra está seca. Estamos estudando a possibilidade de não realizar festejos juninos" disse o secretário de agricultura Óseas Roberto.
O governador Teotonio Vilela Filho anunciou, na última segunda-feira (14), que o  Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) vai disponibilizar R$ 2 milhões para ações de combate aos efeitos da estiagem nos municípios que estão em Situação de Emergência. 

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