quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cadeirantes criticam negligência de motoristas de ônibus


Um grupo de cadeirantes esteve, na manhã desta quarta-feira (30), no prédio-sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no centro de Maceió, para reunião com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Gilberto Irineu. Durante o encontro, eles denunciaram o tratamento inadequado ofertado aos deficientes por motoristas de ônibus, além falta de acessibilidade na região central da cidade.

Liderado por André Dionísio, também deficiente físico, o grupo reclama do modo desrespeitoso que os motoristas de ônibus tratarim os cadeirantes. “Muitos dizem que perderam a chave ou simplesmente se recusam a abrir o elevador da porta que nos dá acesso aos coletivos”, revelou. 

Esta prática, segundo Dionísio, vai de encontro ao que lhe foi informado pelo Ministério Público, em 2009, quando o grupo apresentou as mesmas reivindicações. “A promotoria disse que o correto é a chave ficar na máquina, encaixada à ignição do elevador. Se os motoristas a esquecem no terminal, perdem ou levam consigo, então eles estão irregulares”, afirmou o cadeirante.

Também consta entre as denúncias o tempo de espera em pontos de ônibus, poi,s os motoristas se recusam a parar quando veem que um deficiente é quem ‘dá sinal’. Outro problema, segundo eles, diz respeito à falta de acessibilidade nas ruas do centro de Maceió. 

Dionísio lembrou que a região, quando reestruturada, deveria ter recebido calçadas adaptadas, conforme promessa da Superintendência Municial de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), o que não ocorreu.

Pedro Pinto Fernandes, dono de uma banca de revista do centro, reconhece que a falta de acessibilidade é um problema a ser resolvido. De acordo com o jornaleiro, a SMCCU descumpre, já há 15 dias, o Código de Postura elaborado pela própria Prefeitura de Maceió. 

“Eles ordenaram que nós colocássemos todos os mostruários com revistas dentro da banca, para não atrapalharmos a passagem. No entanto, o Código de Postura exige que esses mostruários fiquem do lado de fora, para que decifientes possam enxergá-los”, ressaltou Fernandes.

Já o advogado Gilberto Irineu prometeu, durante a reunião, elaborar um termo de declaração com todas as denúncias protocoladas e que deverá ser encaminhado à promotora Marluce Falcão. Na segunda-feira (04), a promotora deverá se reunir com os cadeirantes, na sede Ministério Público Estadual, no bairro do Poço.

“O termo de declaração traz o cumprimento da lei N° 10.090/2000, que disciplina a promoção ou acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida ou portadora de deficiência”, ressaltou Irineu, afirmando ainda que a Prefeitura de Maceió está em débito com a população, devido ao descumprimento da referida lei.


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=314400&e=13

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