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quarta-feira, 30 de maio de 2012
Em greve há 13 dias, professores da Ufal fazem assembleia
Em greve há 13 dias e em regime de assembleia permanente, os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizaram, nesta quarta-feira (30), no auditório da reitoria, no Campuas A.C. Simões, em Maceió, com o objetivo de discutir os rumos da paralisação, analisar a conjuntura, criar um fundo de greve, encaminhar propostas e levar informações à população sobre os motivos da paralisação.
Construída durante reunião do comando local de greve ocorrida nessa terça-feira (29), na sede da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), a pauta da assembleia foi submetida à votação e aprovada por unanimidade. “Estamos cada vez mais superando contradições secundárias e chegando ao entendimento de que é na unidade que reside a nossa força”, disse o presidente da Adufal, professor Antônio Passos.
Conforme suas informações, a paralisação atinge os três campi da Ufal (Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia) e os polos de Penedo, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Viçosa, fortalecendo-se em todo o país, com a adesão de novas instituições federais de ensino superior (Ifes).
“Agora já são 47 instituições federais, sendo 43 universidades", revelou o presidente da Adufal, considerando a adesão de profissionais de novas instituições 'uma demonstração inequívoca de que os docentes já não aguentam mais esperar e que seguirão na luta por uma nova carreira do magistério superior'.
“A nossa principal reivindicação é a reestruturação da carreira, uma luta que se arrasta há décadas. E em agosto do ano passado, o governo firmou um acordo que não foi cumprido no prazo devido. Já no último dia 14, publicou a Medida Provisória (MP) 568, que cumpre apenas parte deste acordo, sem repor a inflação do último ano, além de mexer nos adicionais de insalubridade e periculosidade, causando prejuízos aos servidores”, explicou.
Proposta de carreira
A proposta defendida pelos profissionais versa sobre a carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (orçamendo, no mês de março, em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimos relativos à titulação e ao regime de trabalho. Ainda de acordo com a Adufal, quanto à titulação, a carreira prevê adicional de 37% para o mestrado e de 75% para doutorado e livre-docência, por exemplo.
Os professores também querem a valorização e melhoria das condições de trabalho dos docentes nas universidades e institutos federais, além do atendimento das reivindicações específicas de cada instituição, com base nas pautas elaboradas localmente.
À população
Desde o início da paralisação, os docentes vêm distribuindo panfletos em que explicam à sociedade alagoana o motivo pelo qual estão em greve. Na assembleia desta quarta (30), eles vão discutir formas de se aproximar ainda mais da população.
Entre as propostas sugeridas estão a realização de aulas em escolas, praças ou demais lugares públicos, além da entrega de panfletos no Calçadão do Comércio. Os professores também pretendem realizar uma audiência pública no parlamento estadual e promover apresentações culturais e artísticas.
Atividades nulas
Já em sessão extraordinária realizada na última segunda-feira (28), o Conselho Universitário (Consuni) da Ufal, órgão superior da instituição, resolveu suspender as atividades acadêmicas durante o período da greve. Dos 41 conselheiros presentes, 40 foram a favor da suspensão e apenas um se absteve.
Todas as atividades acadêmicas realizadas após a deflagração da greve – dia 17 – serão consideradas nulas e, após o término da greve, será elaborado um novo calendário acadêmico.
“As atividades de caráter essencial, que não podem ser interrompidas, serão objeto de acompanhamento de comissão designada pelo órgão”, diz o documento assinado pelo presidente do Consuni, professor Eurico Lôbo.
Fonte: http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=314392&e=9
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