quarta-feira, 2 de maio de 2012

Gerentes de banco temem novos sequestros em Alagoas


Abril, dia 2. Gerente do Banco do Brasil em Junqueiro é sequestrado e tem cinto de explosivos amarrado ao corpo. Abril, dia 16. Quadrilha usa cinto de explosivos para raptar gerente do banco Bradesco de Girau do Ponciano. Abril, dia 30. Com cinto de explosivos preso à cintura, gerente do Banco do Brasil de Campo Alegre é sequestrado e família fica refém. Maio, um mês depois: a polícia ainda não sabe quem está por trás dos crimes. 
Poderia ser o resumo de um dossiê. Em abril, três gerentes de bancos em Alagoas foram sequestrados por quadrilhas especializadas no uso de explosivos em assaltos. Além de carregar bombas no corpo e serem obrigados a assaltar o próprio local de trabalho, os gerentes ainda tiveram suas famílias feitas reféns em casa, durante a madrugada. Apesar de sequestros a bancários serem ocorrências antigas, o modus operandi – forma de atuar – das quadrilhas é considerado uma novidade no estado.
Um mês depois do primeiro caso, o Sindicato dos Bancários em Alagoas alerta: a classe vive em estado de terror psicológico. O Tudo Na Hora conversou por telefone com o diretor sindical Márcio dos Anjos Silva, que viajou a Campo Alegre, nesta quarta-feira (2), para conversar pessoalmente com o último gerente sequestrado em Alagoas. Segundo o sindicalista, o bancário está “aparentemente tranquilo”, embora tenha relatado os momentos de pânico vivenciados na última segunda-feira (30).
“A maneira é exatamente a mesma dos outros casos”, explicou Márcio Silva. “A quadrilha invade a residência do gerente durante a madrugada, amarra explosivos no corpo dele e o obriga a assaltar a agência onde trabalha, enquanto a família é mantida refém dentro de casa. Para garantir que o assalto será feito, eles dizem que podem ativar os explosivos à distância. Depois, marcam um lugar seguro para pegar o dinheiro”, contou o sindicalista, que afirma não conhecer a quantia roubada nos três sequestros.
A Seção Especial de Combate a Roubo a Bancos (Serb) da Polícia Civil trabalha para identificar os criminosos desde o primeiro sequestro. Até agora, entretanto, não teve avanços significativos nas investigações. Por meio da Assessoria de Comunicação da PC, a delegada Maria Angelita informou que fazia diligências na manhã desta quarta-feira (2) e que ainda não saberia dizer se os sequestros estão sendo praticados pela mesma quadrilha.
O Sindicato dos Bancários critica a atuação da polícia e da Segurança Pública no estado e afirma que os gerentes de bancos temem novos assaltos. “Como é que uma coisa acontece sempre da mesma forma, na mesma região, e ninguém chega aos assaltantes? Há um momento de fragilidade e dessa forma vai acontecer o quarto, o quinto, o sexto caso... Precisamos cobrar uma segurança maior em Alagoas”, diz Márcio Silva.
Na próxima sexta-feira (4), o assunto será discutido em audiência pública marcada para as 9h, na Assembleia Legislativa Estadual (ALE).
Relembre os casos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário