sábado, 26 de maio de 2012

Epidemia de dengue atinge 34 cidades; sete já registram vírus tipo 4


Diretora da Vigilância Epidemiológica alerta população a buscar posto de saúde imediatamente no caso de reincidência da dengue
A dengue tipo 4, a mais nova variação do vírus da doença, já circula em sete municípios alagoanos e tem aumentado a incidência das formas graves da doença no estado. Segundo Boletim Informativo Semanal divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até o momento os municípios de Cacimbinhas, Palmeira dos Índios, Maragogi, Marechal Deodoro, São Miguel dos Campos, Piaçabuçu e Maceió possuem casos confirmados laboratorialmente do sorotipo DEN-4. Trinta e quatro cidades alagoanas estão em situação epidêmica. 
Como se trata de um novo vírus, quase toda a população alagoana está vulnerável e pode contrai-lo, até mesmo quem já teve outro tipo de dengue. Apesar da variação 4 não ser nem mais e nem menos perigosa que os tipos 1, 2 e 3, o seu avanço representa ameaça à saúde pública, já que o vírus é mais uma possibilidade de se contrair a doença, segundo explicou a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Cleide Moreira.
“Se uma pessoa for infectada por um determinado tipo de vírus, ao se recuperar, ela fica imune somente a este tipo específico de vírus, podendo contrair as outras formas a qualquer momento. Como o tipo 4 é novo, toda a população está vulnerável”, esclarece a diretora.
Cleide explica que uma pessoa que reside em um dos sete municípios onde o tipo 4 já circula pode ter dengue quatro vezes ao longo da vida, o que, consequentemente, aumenta o risco de o doente desenvolver uma forma grave da dengue.
Os sintomas provocados são os mesmos dos demais tipos de vírus da dengue: febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, e dores nas costas, entre outros.
Segunda contração da dengue é mais grave; cuidados devem ser redobrados
Segundo Cleide Moreira, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) está preocupada com as pessoas que já contraíram a doença por mais de uma vez, pois, geralmente, a segunda contração é mais grave. “Como um novo tipo do vírus está em circulação, aumenta-se a possibilidade da ocorrência das formas graves da dengue. Portanto, quem já teve dengue precisa redobrar os cuidados se aparecer algum dos sintomas da doença, deve-se procurar um posto de saúde o mais rápido possível”, alertou.
Suspeitas de casos graves aumentaram 121% este ano
De acordo com dados da Sesau, de janeiro até o dia 18 de maio, foram registrados 289 casos suspeitos das formas graves de dengue, o que representa um aumento de 121% em relação ao mesmo período no ano passado. Em todo o Estado, já foram notificados 11.896 casos suspeitos de dengue, um aumento de 42,47%. Contudo, houve redução de 8% nos óbitos quando comparado ao mesmo período de 2011.
Até o momento, 34 municípios estão em situação epidêmica. A situação é mais grave nos municípios de Belém, Maragogi, Murici, Palmeira dos Índios, Palestina, Dois Riachos, Arapiraca e Cacimbinhas, apresentando de 1.010 a 2 mil casos por grupo de 100.000 habitantes. Outros trinta e dois municípios estão em situação de alerta.
Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, infesta todos os 102 municípios alagoanos. Em relação ao Índice de Infestação Predial, que indica a incidência de criadouros do mosquito nas residências e estabelecimentos comerciais, vinte municípios correm risco de surto, entre eles Major Isidoro, Minador do Negrão, Boca da Mata e Estrela de Alagoas. De acordo com a diretoria de Vigilância Epidemiológica, cerca de 90% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências.
Diante da situação preocupante, o governo estadual, em parceria com os municípios, está promovendo o treinamento emergencial em diagnóstico e tratamento da enfermidade para médicos e enfermeiros dos locais em situação de risco. Também estão sendo realizadas capacitações para agentes de endemias, que intensificaram a busca por focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença.
A Sesau também está investindo na conscientização e na mobilização da população para acabar com os criadouros do Aedes aegypti . "A contribuição da população é importantíssima. Para acabar com o mosquito é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d'água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros”, destaca Cleide Moreira. 

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